Muitas pessoas erram no momento de montar a sua carteira de investimentos, isso porque os investidores iniciantes podem fazer muitos investimentos a longo prazo, buscando rentabilidade. Claro, isso não é um ponto negativo. Realmente é necessário fazer investimentos para o longo prazo, pensando em sonhos, aposentadoria, viagens e independência financeira.

Ações não são investimentos para o curto prazo

Muito ouvimos falar de ações para o longo prazo, e de acordo com o andar da economia elas serão muito rentáveis para os próximos anos.

Mas antes de investir para o futuro precisamos pensar no agora, no curto prazo, porque podem aparecer imprevistos que exigem um orçamento maior ou uma reserva de emergência, e se você não tiver, provavelmente vai ter que recorrer aos investimentos que já fez para o longo prazo, desestruturando sua carteira.

Para construir o seu fundo de emergência existe uma estratégia, que funciona da seguinte forma:

Se você for um trabalhador em CLT, por exemplo, você tem um pouco mais de segurança, pois pode receber vários benefícios ao perder o emprego. Portanto, nesse caso, você precisa montar uma carteira para o curto prazo com seis meses de custo de vida.

Vamos supor que a sua família precise de R$5000 em um mês, então você vai deixar R$30.000 em um investimento de curto prazo.

Agora, se você for um profissional autônomo, um empreendedor, precisa buscar por mais segurança, pois você não terá todas essas regalias caso algum problema aconteça no seu trabalho.

Por isso, nesses casos, é recomendado manter 12 meses de custo de vida em um investimento de curto prazo. Nesse caso, se o seu custo de vida é de R$5000 mensais, você deixa R$60.000 investidos.

Agora que você já tem a sua estratégia bem definida e seus valores claros, precisa saber onde investir esse dinheiro, o que é essencial. Para isso, existem algumas opções:

Fundo DI

Os fundos DI estão na lista dos investimentos mais populares do mercado, especialmente entre as pessoas que buscam montar sua reserva de emergência. Os Fundos DI estão na categoria de fundos de renda fixa, como são classificadas as carteiras que tenham no mínimo 80% do patrimônio em ativos vinculados à variação da taxa de juros, de índices de preço, ou dos dois.

A principal característica dos fundos DI é a função dele: seguir a taxa do CDI, seu índice de referência. Os CDIs – ou Certificados de Depósito Interbancário – constituem os empréstimos de curtíssimo prazo feitos pelos bancos a outros bancos.

A taxa do CDI é a média do valor dos juros cobrados nessas operações, calculada pela B3, onde os negócios são registrados. Algo que chama a atenção nos fundos DI é o fato de que, no geral, eles oferecem liquidez diária – e, muitas vezes, imediata. Isso indica que é possível resgatar o valor investido a qualquer momento, sem sofrer uma perda de valor em função da retirada.

Algo que você deve se atentar é que, ao investir em um fundo DI em bancos tradicionais, você pode pagar altas taxas, por isso, o ideal é buscar uma corretora.

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título emitido pelo Tesouro Nacional e anexado à Taxa Selic, a taxa básica de juros. O funcionamento do Tesouro Selic é similar ao CDB (Certificado de Depósito Bancário).  Ou seja, você empresta o seu dinheiro para o governo e recebe juros por esse empréstimo.

Os maiores atrativos dos Tesouros são lucratividade e segurança. No caso do Tesouro Selic, o risco de perder dinheiro é praticamente inexistente, independente do tempo entre aplicação e resgate. A taxa Selic é o valor do dinheiro no mercado, ou seja, é o valor mínimo de retorno no mercado financeiro.

O Tesouro Selic também é um atrativo pela sua liquidez, mesmo que com uma rentabilidade mais baixa. Contudo, você tem a certeza que o seu dinheiro está trabalhando e disponível no momento em que for necessário.

Um inimigo do curto prazo: imposto de renda

Precisamos ter algo em mente, quando estamos investindo no curto prazo temos um inimigo chamado imposto de renda. Aqui no Brasil, se você investe no fundo de investimento e recupera esse valor em um prazo de até seis meses, você pagará 22,5% de imposto sobre o seu lucro nas aplicações.

Se você resgatar suas operações entre seis e doze meses, pagará 20% de imposto sobre o seu lucro. Já se você resgatar entre 12 e 24 meses, você pagará 17,5% e acima de dois anos 15% de imposto sobre o lucro.

E aí que mora o problema, porque se você faz o resgate do seu investimento entre um prazo de até seis meses, você acaba pagando muito imposto sobre o seu lucro, e nem sempre pode compensar.

E aí entram estratégias para tentar driblar esse problema, uma delas é utilizar fundos de investimento que são isentos de imposto de renda, como o LCI e LCA.

Como funcionam o LCI e o LCA?

LCI é a sigla de Letras de Crédito Imobiliário, um título criado com o intuito de apoiar a criação de crédito imobiliário no país. LCA, da mesma forma, é a abreviação para Letras de Crédito do Agronegócio e age de forma muito parecida, ou seja, é um título de crédito para o setor do agronegócio no Brasil.

Os títulos funcionam da seguinte forma: são emitidos por bancos com o intuito de ganhar recursos financeiros para empréstimos, que serão disponibilizados tanto para o setor imobiliário quanto para o agronegócio.

Falando de forma prática, você empresta dinheiro para que o banco empreste dinheiro, e em troca você recebe o valor aplicado e um rendimento pré-estabelecido no momento de compra do título.

Tanto o LCI como o LCA podem estar atrelados ao CDI, uma taxa de juros entre os bancos que já citamos. Algo que não é muito vantajoso nesse caso é a aplicação mínima. A mínima permitida em um LCI ou LCA depende do banco ou corretora, mas é comum que os valores variem entre R$ 5 mil e R$ 30 mil.

Esses investimentos são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, ou seja, até R $250.000 você tem a segurança máxima, não paga imposto de renda se for PF e tem um mínimo de aplicação relativamente baixo. Além disso, se você resgatar em um período mais curto, você não será penalizado com o imposto de renda.

Conclusão

Investir para o longo prazo é essencial e deve ser feito, pois isso permitirá um futuro muito mais tranquilo e próspero. Entretanto, se você não tiver um bom fundo de emergência corre o risco de se deparar com alguma situação inesperada e precisar mexer nos investimentos futuros, desestruturando a sua carteira de investimentos.

Invista com sabedoria e sempre opte por investir via corretora e não em bancos tradicionais.