Vivemos em uma sociedade em que o “ter”, muitas das vezes, é mais importante que o “ser”.

Por conta disso, costumamos relacionar produtos e serviços com aquilo que desejamos ser ou mostrar para as pessoas. E aí vem um grande problema: as compras por impulso.

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, 76% dos brasileiros não praticam o consumo consciente.

Esse resultado mostra o quanto nosso país pode ser consumista. Não estamos aqui para falar algo como “não compre”.

A gente sabe que muitas coisas dependem de bens material. Por exemplo, você precisa de um celular para se manter em contato com a família e amigos, para registrar momentos e até em alguns casos para trabalhar.

Mas acontece que essa falta de consumo consciente pode gerar diversos problemas em várias esferas, como a ambiental, a psicológica e a financeira.

De acordo com o balanço feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2020. mais de 66% dos brasileiros fecharam o ano endividados.

Por isso, é importante se atentar ao nosso comportamento diante de nossas decisões de compras. Quando vemos algo que gostamos, é necessário pensar se realmente aquilo é necessário e se podemos arcar com o valor.

Assim, nos livramos de ficarmos presos a dívidas e dificuldades financeiras.

Definir prioridades: nem tudo me convém

Sabe aquela viagem que você sonha em fazer com a família e amigos? Pode ser também a reforma da casa, a compra de um carro ou um computador novo.

Você para e pensa: minha nossa, isso é tudo que eu desejo! Mas aí, você olha para o orçamento e diz: sem chance!

Não que você não possa querer a viagem, o computador ou outra coisa, você pode. Como diria aquela música do Titãs: “ a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”.

Tem coisa que desejamos que estão para além das necessidades básicas, e vamos combinar, nós merecemos sim nos divertir, nos sentirmos bem, etc.

Por isso, o ideal não é abrir mão dessas coisas, mas sim priorizar aquilo que é mais importante para você.

Quando vemos pessoas no Instagram postando várias fotos em lugares paradisíacos, logo pensamos: essa aí tem dinheiro. Mas nem sempre é o caso.

Como a pessoa gosta de viajar, ela pode estar abrindo mão de outra coisa como os eventos de final de semana, ou a troca anual de aparelho celular. Tudo isso para que ela faça o que mais deseja, entendeu?

A partir dessa ideia, conseguimos entender que o consumo consciente não é sinônimo de não comprar, adquirir ou fazer nada, mas sim de uma tomada de decisão que priorize aquilo que para você é mais importante.

Por isso, é necessário pensar: o que é mais importante para você? O que é algo fundamental no seu plano de vida? Com isso, conseguimos agir de maneira mais esclarecida.

Se você ainda não consegue pensar dessa forma, fique tranquilo. Separamos algumas dicas para te guiar rumo ao consumo consciente. Vamos lá?

Passos para o consumo consciente

É fundamental que comecemos a nos preparar para tomar nossas decisões. Aqui vão algumas dicas sobre pontos que precisam ser elaborados, pensados (e às vezes repensados) antes de fazer uma compra ou adquirir um bem ou serviço.

1. Eu quero ou preciso?

Muitas vezes, ficamos bastante empolgados com algo que vemos. Aquele celular de última geração, com muito espaço, câmera excelente e por aí vai. Mas pense, você realmente precisa? Ou o que você já tem já atende a todas as suas necessidades? É necessário pensar antes de comprar, ver a necessidade daquele produto ou serviço no seu dia a dia. Questione também se essa compra cabe dentro do seu orçamento.

2. Estado emocional

É preciso avaliar o momento que desencadeia as compras por impulso. Em alguns momentos, por estarmos ansiosos ou entediados, descontamos esses sentimentos nas nossas atitudes. Para aliviar essas sensações, pode ser que você use as compras. Com isso, muitos gastos sem necessidade aparecem. Por isso, avalie o seu estado emocional antes de tomar uma decisão. Veja como está se sentindo, se aquele produto ou serviço te chamou mesmo a atenção ou se é uma tentativa de escapar de sentimentos que podem ser difíceis de lidar.

3. Ofertas imperdíveis

Já reparou em como algumas propagandas geram um estado de urgência em nossa mente?

Estratégias de vendas incluem uma linguagem que desperte no consumidor a ideia de que comprar aquele serviço é fundamental, que não se pode perder tempo. Isso acontece com algumas estratégias de divulgação de preços ou ofertas.

Por exemplo, se um produto estava 200 reais e no outro dia caiu para 150, isso pode engatilhar um sentimento de que é vantajoso adquirir, já que economizaria 50 reais. Mas, atenção!

Veja se você realmente precisa, senão será um gasto de 150 e não uma economia de 50, como no exemplo que mostramos.

4. Essa marca está vendendo pelo melhor preço?

Antes de comprar, precisamos fazer uma pesquisa de preços. Muitas vezes, quando não praticamos o consumo consciente, vamos na primeira loja, online ou física, que nos aparece.

Só que, se você pesquisar um pouco, pode encontrar condições mais vantajosas em outros locais, tanto em relação aos preços quanto na forma de pagamento.

Por isso, é importante fazer uma pesquisa antes de comprar, assim você não corre o risco que gastar mais do que poderia e prejudicar todo o seu orçamento.

5. Verifique seu orçamento

Se você percorreu todos esses passos e chegou a conclusão que realmente precisa do produto, que não está ansioso ou entediado e que conseguiu o melhor preço, tudo certo.

Agora é hora de ver como essa compra vai se encaixar no seu orçamento. O consumo consciente, como mencionamos anteriormente, passa pela definição de prioridades.

Por isso, é importante se atentar às modificações necessárias no seu hábito de consumo. Reveja as prioridades e defina o que pode ser feito para diminuir as despesas e pagar esse novo bem com tranquilidade e sem adquirir dívidas.

Praticar o consumo consciente pode ser a estratégia fundamental para organizar sua vida financeira. Pode parecer difícil no começo, mas vai ficando cada vez mais fácil e orgânico, pode apostar.

Aproveita e conta para a gente nos comentários, o que você faz para evitar compras impulsivas?