Não é à toa que termos como “economizar no mercado” são cada vez mais buscados no Google. O custo de vida dos brasileiros está mais caro. Sim, a conta de luz tem um grande peso nisso, mas não só ela.
A falta de chuvas tem relação direta com a distribuição da matriz energética brasileira. Portanto, a tão temida inflação opera nos custos de quase todos os serviços e produtos essenciais.
O resultado? Todos nós sentimos no bolso. A conta de luz está mais cara, mas boa parte do que consumimos também. Você, provavelmente, sentiu a diferença ao fazer suas compras e pagar suas despesas, certo?
A maioria das regiões brasileiras têm enfrentado períodos de seca. E não é só o nosso corpo que sente este período. Como era de se esperar, boa parte do custo da crise hídrica é repassado ao consumidor final.
Está difícil de entender? É por isso que explicamos tudo no post de hoje. Continue lendo até o final, pois deixamos dicas valiosas para você superar a crise e se preparar para o futuro.
O que você precisa saber sobre a crise hídrica?
Alertem todos os alarmes: estamos vivendo a pior seca dos últimos 91 anos! É isso mesmo. Há quase um século não enfrentávamos um período de estiagem tão grave.
A crise hídrica nada mais é que a relação entre a falta de chuvas e o nível dos reservatórios que nos garantem energia elétrica.
Você sabe o que é matriz energética? Esta expressão se refere às fontes de energia que as famílias e empresas consomem. No Brasil, quase 70% da energia é gerada por usinas hidrelétricas, que usam a água como motor.
Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), as termelétricas a gás, a carvão, a óleo ou nucleares somam cerca de 14% da nossa matriz energética.
Você se lembra do apagão de 2001? Naquela época, enfrentamos sérios racionamentos e as hidrelétricas operavam com 23,4% da capacidade de armazenamento de água. Hoje, esse índice chega a apenas 22,5%.
Preocupante, não é? Não queremos ser pessimistas, mas é bom se preparar. O fenômeno climático La Niña provoca estiagem no Centro-Sul do país. Com o seu retorno na primavera, a situação deve piorar.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) calcula que as principais hidrelétricas brasileiras chegarão aos 10% de capacidade em novembro.
A solução? Repassar parte da energia produzida em hidrelétricas para as termelétricas. O principal problema? Estas últimas são mais caras e, claro, alguém tem que pagar o pato. Algum chute de quem seria?
O que a crise hídrica tem a ver com a conta de luz?
Com o acionamento das termelétricas, a tarifa da conta de luz subiu 16,07% nos últimos 12 meses. Isso equivale a mais que o dobro da inflação acumulada no período (9,3% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA).
Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou a tarifa da bandeira vermelha patamar 2 em mais de 50%. Ou seja: quem já pagava caro na conta de luz, vai pagar mais caro ainda.
Além de reajustes na conta de luz e na atualização da bandeira vermelha, a Aneel criou uma tarifa chamada “escassez de água”. Esta cobrança é repassada aos consumidores, elevando em 7% o preço da energia elétrica.
De acordo com economistas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), isso acontece porque a energia produzida em uma usina a carvão custa o dobro daquela gerada em uma hidrelétrica.
Nas termelétricas movidas a gás, o custo chega a ser quatro vezes maior.
É só a conta de luz?
Não. Não é só na conta de luz. A crise hídrica afeta todos os setores da economia. Se não chover o suficiente de outubro a abril, o IPCA se mantém na casa dos 8% até o ano que vem. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tende a cair com esse resultado.
Já parou para pensar que a energia elétrica mantém quase tudo a sua volta em atividade? As indústrias, o comércio, as vias públicas e por aí vai. O aumento da conta de luz vai afetar o orçamento das famílias, é verdade. Mas também uma variedade de atividades do setor produtivo.
Com a crise econômica dos últimos anos, muitas pessoas têm procurado comer bem gastando pouco. Não estamos em época de vacas gordas e a crise hídrica deixa as coisas mais complicadas.
A energia é usada para praticamente tudo. Para você ter ideia, um quarto do preço do cimento é de energia elétrica. No leite, item indispensável na mesa dos brasileiros, esse índice chega à metade do valor final do produto.
Ou seja, a crise hídrica afeta as famílias, que pagam mais na conta de luz. Mas impacta também as indústrias e os produtos que chegam até a casa dos brasileiros ficam mais caros. No fim das contas, a inflação ataca por todos os lados.
Bônus: como vencer a crise econômica e pagar menos na conta de luz?
Vencer a crise hídrica é uma tarefa árdua, que envolve governos, setores produtivos e sociedade. Além disso, contar com a imprevisibilidade da natureza não é a melhor solução.
A solução a longo prazo é o uso de fontes renováveis de energia. Hoje, apenas 8,6% da matriz energética brasileira é proveniente da energia eólica. A energia solar representa ainda menos: uma fatia de somente 1%.
Bom, mas está difícil esperar de braços cruzados enquanto o orçamento fica cada vez mais apertado, certo? Então deixamos, a seguir, três dicas valiosas que vão ajudar você a enfrentar a crise hídrica.
1. Dê uma folga para o chuveiro
Nada melhor que um banho super quente para aliviar o estresse provocado pela rotina apertada. Nós concordamos, mas é bom ficar de olho nesse hábito. Você sabia que o chuveiro elétrico corresponde a até 35% da sua conta de luz?
Banhos mais curtos são o meio mais eficaz de deixar a sua tarifa de energia mais barata. É claro que você não deve abandonar hábitos básicos de higiene. Mas fechar a torneira enquanto se ensaboa é recomendado.
O chuveiro elétrico tem relação direta com a crise hídrica, em especial porque também demanda água. E não estamos em um momento propício ao desperdício.
2. Pare de abrir a geladeira para pensar
Já acordou de madrugada e abriu a porta da geladeira só para pensar? Quem nunca? Saiba que é melhor abandonar essa prática. A geladeira é a principal concorrente do chuveiro elétrico na conta de luz: representa de 15% a 20% do valor da tarifa.
Procure abrir a geladeira apenas quando necessário. Além disso, posicione o eletrodoméstico longe da luz solar ou fontes de calor, como grelhas, lâmpadas e fornos. Quanto mais quente, mais o refrigerador “trabalha” e consome energia.
Está preparando uma receita especial? Anote tudo aquilo que precisa e tire da geladeira de uma vez só. Evitar o vai e vem da porta é uma das melhores soluções para reduzir a sua conta de luz e evitar dores de cabeça.
3. Tarifa Social
Você conhece a Tarifa Social? O benefício foi criado a partir da Lei Federal 12.212 de 2010. Com ele, algumas famílias brasileiras têm direito a um bom desconto na conta de luz. Clique aqui, leia o post que preparamos sobre o assunto para saber se você tem direito ao abatimento.
Conclusão
Eh, meus amigos. Não está sendo fácil. O período de secas favorece uma crise hídrica sem precedentes. A baixa dos reservatórios demanda uso de energia proveniente das termelétricas e os consumidores sentem a diferença no bolso.
Além da conta de luz estar mais cara, a crise hídrica afeta todo o sistema produtivo. Como resultado, quase tudo o que você consome está mais caro, incluindo os alimentos.
Apesar do cenário ruim, nós preparamos algumas dicas para que você passe por este momento de maneira mais confortável. Ah, ainda dá para conferir mais dicas para reduzir a conta de luz!
Vamos compartilhar este post para que mais pessoas saibam disso? Envie-o para seus conhecidos! Uma das ferramentas para passarmos por momentos ruins é a informação e você pode ajudar. Se tiver dúvidas, envie uma mensagem para a gente.
Até mais!