Recentemente, uma notícia que chamou a atenção dos brasileiros foi a aquisição do Cruzeiro, pelo próprio jogador que o time tinha revelado alguns anos atrás. Ronaldo Fenômeno investiu 400 milhões de reais pelo Cruzeiro e uma das suas entrevistas para um canal de podcasts revela o motivo: “Futebol é rentável, basta saber administrar”.

Essa revolução que está acontecendo fora dos gramados impacta diretamente todo o ecossistema que busca novos horizontes de investimentos, principalmente no Brasil que ainda engatinha nesse sentido.

Para te ajudar com isso, iremos tirar um raio-x por todo esse processo de transformação dos clubes em empresas, veja:

O que é um Clube-Empresa?

O cenário que vingava no Brasil até pouco tempo atrás era o de associação civil, isso significa que mesmo o clube sendo campeão das competições mais elevadas, seu objetivo era sempre o de não gerar lucros.

Com a mudança, o pensamento empresarial entra para o âmbito esportivo, muito comum já em alguns clubes do mundo todo, mas que em nosso país está apenas começando.

Tendo uma personalidade jurídica na sociedade anônima, dando a oportunidade que investidores, de qualquer parte do mundo e com capital para isso, invistam no clube para que este gere um retorno financeiro.

Esse movimento tem como base os casos de corrupção que assola os times de futebol e de má gestão que o afundam em dívidas milionárias.

Como funciona o clube-empresa?

Clube-empresa? Isso é de comer? Meu time vai começar a vender havaianas se for comprado pela empresa? Essas e outras dúvidas costumam surgir em todas as pessoas que estão ouvindo o termo pela primeira vez.

A primeira coisa a entender é que essa mudança é optativa e que os clubes só vão alterar sua estrutura se quiserem. Aos aventureiros para o novo modelo, terão uma série de vantagens tributárias e uma vantagem de renegociar suas dívidas com uma facilidade maior.

Dando poder para a evolução deste, que não precisa ficar preso a poucas opções para fluxo de caixa.

A melhor vantagem que podemos mencionar é que o dirigente começa a ter responsabilidade, diferente do modelo atual que ele consegue contratar quem bem entender para o funcionamento do clube.

Quais as vantagens e desvantagens do clube-empresa?

Começando com as vantagens, podemos citar o gerenciamento de dívidas que começa a tomar um rumo positivo e não desenfreado como ocorre naturalmente. O fim das instabilidades políticas também é excelente e impede que grupos ideológicos tomem conta das decisões.

E o mais importante pé do alicerce é o recebimento de investimento exterior para colocar os objetivos do clube em prática. Como nem tudo é perfeito, a principal desvantagem é a perda da identidade do clube que pode acontecer devido a nova gestão que tende a focar menos na “essência” dele.

Isso reflete nas decisões que são tomadas internamente, afinal, agora tudo passa a ser centralizado no seu dono. Por ser uma empresa, o governo tem ainda mais poder de influência do que parece e sem uma regulamentação por sua parte, pode começar a ser desleal com os outros clubes.

Cases de sucesso

Para julgarmos se está ou não no caminho certo, precisa ver casos de sucesso e analisar na prática como está o novo tipo de gestão, entre os principais estão:

Bragantino: Tradicional em São Paulo, o Bragantino, atualmente Red Bull Bragantino, foi adquirido pela empresa que já está colhendo os frutos do seu investimento com a recém chegada à final da copa Sul-americana.

Cuiabá: O time mato-grossense é comandado pela Dresch, uma gigante brasileira da borracha e conseguiu se manter na elite do futebol pelo segundo ano. Quebrando um ciclo de anos em que o estado não tinha uma representação na competição.

Red Bull Salzburg: Outro grande clube adquirido pela Red Bull, o Salzburg é um clube que já tem uma tradição em participação na edição da Liga dos Campeões, a maior competição da Europa.

RB Leipzig: Destaque nas competições alemãs, o Leipzig está evoluindo e consegue tentar bater de frente com clubes tradicionais como Bayer de Munich.

Bayer Leverkusen: Único clube alemão a conseguir manter o nome da empresa, Bayer, em sua exibição, visto que no país é proibido. O Leverkusen sempre está presente em algumas competições.

Wolfsburg: Um dos clubes que poucos conhecem é o Wolfsburg, o clube está na posse da Volkswagen, uma gigante quando se fala em automóveis.

PSV: Philips e PSV formam uma parceria de longos anos e atualmente a empresa investe para que o clube se desenvolva ainda mais nas competições.

Conclusão

Esse número pode crescer ainda mais com popularização da ideia de clube-empresa, então nesse momento, novas corporações estão surgindo mundo afora. Justamente porque a força de um clube pode ser aumentada ou diminuída com as mudanças, por este motivo, o propósito da permanência ou mutação de sua estrutura precisa ser avaliada.

Tudo dependerá do tempo, assim, é preciso se arriscar e tentar aprender com os possíveis erros que surgem no meio do caminho de transição para o ramo empresarial. Gostou do conteúdo? Compartilhe nas suas redes sociais para que mais pessoas possam conhecer sobre as mudanças que o clube-empresa proporciona.