A renegociação do aluguel é uma medida de extrema importância para diminuir o custo da moradia em momentos de dificuldade financeira.

Com a recessão causada pela pandemia, o principal índice de reajuste dos contratos de locação chegou a 37%, e muitas pessoas não tiveram outra escolha a não ser renegociar o aluguel e assim aliviar o orçamento.

Independente de o aumento ser abusivo ou não, existem caminhos para encontrar um valor justo tanto para o locador quanto para o locatário.

Visto que 70% dos proprietários de residências possuem apenas um imóvel e utilizam o valor do aluguel como renda familiar ou para complementar a aposentadoria. 

Dessa forma o proprietário só consegue dar desconto por certo período de tempo, mas não por muito tempo, pois ele depende dessa renda extra.

Porém, por outro lado, o inquilino também precisa de um alívio no orçamento por conta do que a crise gerada pela pandemia causou.

Mesmo que já tenha tido uma renegociação na maioria dos contratos quando a pandemia começou, por causa do aumento de desempregados.

Pode parecer uma situação bastante complicada tanto para os inquilinos, quanto para os proprietários, renegociar pela segunda vez ainda é a melhor opção.

Dessa forma o inquilino consegue organizar suas finanças, aliviar o orçamento e se manter no imóvel. Isso acontece ao mesmo tempo em que o proprietário não corre riscos de ficar com o imóvel vazio, principalmente em relação às propriedades com baixa liquidez.

O que é a renegociação do aluguel, e quando fazer?

Basicamente a renegociação do aluguel é um acordo feito entre o proprietário e o inquilino para reduzir o valor do reajuste no momento da renovação do contrato. Geralmente é o locador que entra em contato por meio da imobiliária para negociar o valor antes que seja aplicado a correção, prevendo que o aumento será excessivo.

É importante entender que os contratos de locação são negociáveis, já que o mercado imobiliário está sempre mudando.

E as negociações estão previstas na Lei do Inquilinato, que determina que é lícito às partes, de comum acordo, fixar novo valor para o aluguel, bem como inserir ou modificar cláusula de reajuste. 

E os interessados nesse tipo de acordo não são apenas os inquilinos. Os proprietários também possuem interesse em manter bons locadores, mesmo que isso signifique receber um pouco menos, dependendo da situação.

Para os inquilinos que estão com dificuldades de pagar o aluguel por conta da crise gerada pela pandemia e precisam de um alívio no orçamento, é importante agir antes do orçamento estourar.

Se a renda já caiu, alguns meses de aluguel já foram negociados e a situação não parece melhorar é importante solicitar mais descontos, por mais tempo ou até reaver o tipo de imóvel em que vive.

É fundamental manter um diálogo muito franco com o dono do imóvel ou o dono da imobiliária, pois cancelar o contrato não é bom para nenhum dos lados. É muito melhor aceitar um valor mais baixo do aluguel do que interrompê-lo em meio a essa crise.

O ideal é tratar das coisas de forma mais profissional, com contrato assinado entre as partes, incluindo os novos termos e descontos temporários e como eles serão pagos depois.

Dicas para renegociar o aluguel

O primeiro fator apontado pelos especialistas para renegociar o aluguel de forma bem sucedida é ser transparente com o proprietário.

É importante esclarecer o que está acontecendo e explicar de forma clara o motivo do seu desejo de renegociar o aluguel.

Outro ponto muito importante para ter sucesso na hora de renegociar o aluguel é se mostrar  proativo, é importante mostrar para o proprietário que você tem interesse em ficar com o imóvel e que quer pagar o aluguel em dia. 

Assim você irá mostrar ao proprietário que entende o lado dele também, mas que deseja algo bom para os dois lados, isso irá ajudar o proprietário a ceder. Mesmo que a situação não seja fácil, é fundamental entender os dois lados da situação, pois uma renegociação para valores muito baixos pode se tornar inviável em muitos casos.

Como todas as renegociações são de extrema importância que o inquilino saiba oferecer possíveis soluções para resolver a situação.

O que muitas pessoas também estão fazendo é pedir para que os proprietários não utilizem a correção do IGP-M e mantenham o contrato como estão.

Uma opção para aqueles que o contrato está vencendo é buscar novos contratos que utilizem outros indicadores de referência em vez do IGP-M, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, por exemplo.

Se você teve sucesso com a renegociação do aluguel, o mais justo é se esforçar e pagá-lo em dia para manter o acordo. Tenha uma boa organização financeira e priorize pagar seu aluguel, até porque estamos falando do orçamento de outras pessoas também.

Porém se infelizmente não foi possível renegociar o aluguel, busque por lugares mais baratos, considere os gastos com a mudança e com o pagamento de uma possível multa.